terça-feira, 22 de novembro de 2016

God Bless America

Feriado em Niterói, dia de Araribóia ou será aniversário do André Marques? Sei lá, feriado obscuro para justificar a vagabundagem na cidade sorriso. Tô trabalhando, porque me recusei a festejar o dia da retirada do prepúcio do Jorge Roberto Silveira. Mas... a minha fiel escudeira Tereza festeja e por isso, fiquei sem o meu feijão com couve e angu. E vamos de Santa Ceia, lugar de comida tumultuada e gororoba bate-entope.
Encontrei lá com o meu amigo Zé José, com quem dividi mesa. E não é que o onomatopeico servivente ficou indignado porque tirei uma pequena semana de ócio na terra de Pocahontas e não postei nenhuma foto, nenhum vídeo e nenhum mísero "check in" no Facebook!!!! Concluí, que viajar sem Facebook é como gargalhar em enterro. Uma enorme falta de educação. Afinal, o que vale gastar em dólares, viajando para os domínios de Donald Trump (ou outro canto qualquer do planeta) se você não vai ostentar isso em rede social. Me lembrei de alguns que viajam somente para postar o máximo possível das suas viagens. Se forem perguntados para onde foram, periga não saberem, pois estavam ocupados em postar alguma coisa.
Mas gostei bastante de vagabundear pelas roças americanas. Agradeci muito a Deus por passar longe das Mecas terceiromundistas de Noviorque e Maiami. Nada de luz piscando, neon frenético, nada de hordas de chineses, japoneses e mineiros saindo pelos ralos e bocas de lobo. Nada de comida no Carnime's e Olive Garden (o Santa Ceia dá de 10). A parada foi em Georgetown, bairro de Washington que lembra um Cosme Velho sem morro e limpinho. Fui também pra Charlottesville, bucólica cidadezinha do sertão redneck com suas 300 vinícolas e 200 cervejarias. Fiquei nas cervejarias e o meu fígado, não obstante a ralação, resistiu bravamente.
Agora, o que me causou uma enorme insatisfação e indignação foi que na terra do Tio Sam não existe ducha higiênica. Como assim? Não tem!!! Se você é um sujeito asseado como eu e que preza o buzanfã cheiroso, terá poucas opções de se manter limpinho. Ou você segura o Mandela até na hora de tomar um banho ou passa numa Walgreens e compra um lencinho umedecido de limpar fiofó de neném. A nossa lavadinha básica depois daquele churro recheado fica muito prejudicada. Como pode a America, "home of the free and land of the brave", ser formada por bundas sujas, assadas e crivadas de grafunchos? Como meu Deus? Já até pensei num modelo de negócio pra instalar duchas higiênicas em hotéis, bares e lares lá na terra da Melania (a gostosa primeira dama, made in Paraguai). Fiquei num 5 estrelas que além de não ter ducha higiênica, não tinha também glass shower (box de vidro). Era aquela mixórdia de banheira com cortinha, que tinha igual na casa da minha vovó Bel em Moeda - MG.
Há sobre o Trump! Conselho de mineiro: se voce viajar para aquelas bandas, não critique, não questione e não duvide do sábio líder eleito pelos rednecks. Você será devidamente esculhambado e xingado de elite, coxinha, reaça, entreguistas e outros impropérios ouvidos recentemente aqui em Pindorama. Aliás eu fiquei pasmo de como a fé dos rednecks no Trump é parecida com a fé dos crentes em Lula. Ambos são os salvadores da pátria, que preservarão o emprego da patuleia, que olharão pelos mais pobres, protegerão a industria nacional, enfrentarão o inimigo externo e outras bobagens populistas. God bless America.