terça-feira, 3 de março de 2009

Relacionamentos

Esse texto aí embaixo é bem legal, não fui eu quem escreveu, e não sei quem foi. Quando lí era creditado ao Arnaldo Jabor, mas como tudo que foi escrito na internet ou é do Jabor ou do Veríssimo ou da Martha Medeiros, eu desconfio sempre da autoria. Vai lá então:
-
"Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah, terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo...Cinco anos...que pena ...acabou....
- É...não deu certo...
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores. Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você pra você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos essa coisa completa.
Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
Tudo junto não vamos encontrar. Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele. Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate...se joga...se não bate ...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta. Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não brigue, não ligue, não dê "pití". Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar.... ou não. Existe gente que precisa da Ausência para querer a Presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa Realmente gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob pressão? O legal é alguém que está com você, só por você. E vice versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento. Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? GOSTAR DÓI. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúme, ódio, frustração..... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo. E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse.... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. E nem todo sexo bom é para descartar... Ou se apaixonar... Ou se culpar... Enfim...quem disse que ser adulto é fácil ?????"

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O Penis e a Tartaruga

Hora do banheiro é tempo de esquecer a barafunda do mundo exterior e deixar a cabeça voar em “devaneios loucos” como diria o feioso Zé Ramalho da Paraíba. Quem tem filho sabe o que estou falando. A gente chega em casa e é:
- Paiiiêêê – berra a filha
- Paiiiêêê – ruge um filho
- Paiiiêêê – se esgoela outro filho
Nessa hora invejo quem tem menos filho do que eu. Mas no meu remanso do trono sanitário, lendo aquela revista Veja velha estrategicamente decorando a bancada da pia - estrategicamente porque na hora em que o Jarbas não está em casa e não adianta a gente gritar “Neve”, aí a amiga Veja pode ser perfeitamente depenada como um frango abatido, e ter um uso diverso do que imaginou Victor Civita ao fundar a mais anti-lulista das revistas – então, folheando a revista, leio sobre uma insana americana, clone da Angelina Jolie, que teve óctuplos, e antes deles tinha outros seis em casa. Amigos, são 14 filhos. Imagina só essa alcatéia de pimpolhos gritando Paiiiêêê. Enlouquecedor. Nessa hora aceitei de bom grado a minha sina de pai de trigêmeos.

Voltando ao banheiro, ou melhor, sem sair de lá, fiz daquele santo recinto o meu lugar de refúgio, meu abrigo nuclear, meu bunker. Porta trancada, ali faço a minha terapia diária, esqueço o mundo e me permito teorizar sobre o sentido da vida e outras bobagens. Ali entro, nem sempre para fazer as necessidades básicas, mas principalmente para economizar psiquiatra.

Dia desses, estava lá, peladão, temperando a água do chuveiro (ganhar o premio Nobel é mais fácil), e não sei porque, dei de cara com o meu pênis. Foi esquisito, pois dessa vez eu não vi o pênis como aquele velho companheiro de jornadas paradisíacas ou bizarras, freqüentador de lugares encantadores e também insalubres. Vi desta vez, aquele pedaço de carne, como se fosse eu um ET sendo apresentado a um ornitorrinco. Nesta hora eu entendi o Eduardo, meu filho, quando um dia me vendo trocar de roupa olhou para o meu pênis e disse:
- Nossa, parece um papagaio!
Não que ele pareça um papagaio. No mundo peniano seria considerado um belo representante da espécie, quase sempre rijo e asseado. Mas para o Eduardo, na ausência de hormônios que empalidecem o senso estético, aquilo devia mesmo parecer uma ave psitacídea. O que me espantou, é que noves fora a evolução da espécie humana que tornou aquele apêndice atrativo ao sexo oposto, temos que adimitir, aquilo é feio pacas.

Foi aí que fiquei encantado com a perfeição da natureza. Como é que aquela tripa quase sempre muxibenta, não só a minha mas a de todos os outros machos do planeta, pode ser atrativa para o belo e sensível sexo feminino? Como é que elas, tão lindinhas e cheirosas, podem gostar de por aquilo na boca, serem penetradas por aquela minhoca rígida? Foi aí que eu me dei conta que mais feio que o pênis, só mesmo a vagina. Não é à toa que também é chamada de "perereca". Esteticamente falando, a “perereca” é tão horrível quanto a sua homonima prima , a rã. Ou alguém aí acha o marisco o suprassumo da obra divina? A vagina, somente ela e não o entorno, não passa de um mega marisco. Até no cheiro eles se equivalem.

Antes que as meninas que lêem essa divagação psicodélica reclamem, e me chamem de nojento, aqui não venho para distratá-las, até mesmo porque sou apreciador daquele “marisco”. Sou produto de milênios de evolução. Daria um belo material de estudos para o centenário Darwin. Venero aquela parte da anatomia feminina. Gosto de ver, cheirar, introduzir, beijar. Será que existe algo mais emocionante e prazeroso que o contato da sua língua com a vagina da mulher que você deseja, ou da amiga que permite que você a conheça melhor, e não veja aquilo somente como uma tara vagabunda? Atenção, isso aqui não é um conto erótico, mas apenas a compreensão de como é poderoso o instinto impregnado em nosso DNA. Como é que dois órgãos tão horrendos podem ser tão atrativos ao sexo oposto?

Foi aí que me vi matutando sobre a tartaruga. Deus foi especialmente infeliz quando criou a tartaruga. Será que habita no planeta terra algum ser mais pavoroso do que a tartaruga? Talvez a galinha. Se ela fosse uma fruta, seria um mamão ou uma jaca. A tartaruga é um quelônio, e é prima dos cágados e jabutis. Entenderam? Até a escolha dos nomes é bizarra. Entretanto lá está ela, a tartaruga, mais feia que mudança de pobre, se reproduzindo aos milhares. Como é meu Deus que uma tartaruga pode ter tesão por outra tartaruga? Você já foi no jardim zoológico e viu aquela pilha de tartarugas transando. Além de horríveis, elas são promíscuas e adoram uma suruba. E a vagina da tartaruga? Acho melhor deixar de lados os detalhes escatológicos.

Entenderam agora onde eu queria chegar? Imagine que o seu pinto ou sua perereca fosse uma tartaruga. Seria o final da espécie humana. Não dá pra abstrair, não dá pra imaginar, a natureza é implacável. Será que a tartaruga pensa o mesmo? Acho que devo voltar ao zoológico e mostrar o pinto para alguma tartaruga. Será que corro o risco de alguma delas vomitar?
- Paiiiêêê, sai do banheiro – esmurram a porta meus trigêmeos
Paro de olhar para o meu pinto. Enfio ele dentro da cueca e saio dali. Ainda bem que não nasci tartaruga.